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Camaquã RS

A região onde atualmente localiza-se Camaquã é conhecida desde os tempos coloniais de 1714. A origem do povoamento remonta a 1763, quando casais açorianos dirigem-se para o sul, fundando fazendas e charqueadas.


Hoje é considerada a Capital Nacional do Arroz Parbolizado.

Muitas cidades nascem junto a rios. O rio lhes é fonte de água e meio de transporte.


Com o desenvolvimento moderno das cidades, a água não vem diretamente do rio nem ele é mais caminho. Infelizmente a cultura brasileira não sabe o que fazer com um rio em meio à cidade.

Ele se torna um estorvo. Na melhor das hipóteses, é ignorado. Na pior, é usado como vala do lixo urbano.


Um raro exemplo de margens naturais em meio à cidade:

Do outro lado da ponte sobre o Arroio Duro, o descaso de sempre:

Camaquã, a cidade da árvore inclinada. Assim ela está marcada em nossa memória.

A Camaquã do portugueses.


Casais açorianos e portugueses fundam charqueadas e fazendas na região. Sobre charqueadas, iremos a Pelotas conhecer esse capítulo marcante da história do Rio Grande do Sul.


A primeira praça está em local bem alto. Cercada de prédios muito bem conservados, ela encanta com seu charme. Um grupo de jardineiros trabalha nos canteiros. O Udo puxa conversa porque vê presos aos carrinhos um maço de vassouras naturais, galhos que crescem já em forma de vassoura e, depois de perder suas folhas, são perfeitos para varrer os jardins.


“Quem anda de carro sempre tem estepe, não é?”, diz o funcionário. “Pois eu sempre tenho estepe de vassoura. São galhos que a prefeitura cortou de árvores públicas e eu junto pro meu trabalho.”


“E dá pra quantas vassouradas?”, quer saber meu marido.


“Ah, dá pra um dia.”

Arquitetura portuguesa e do início do séc. XX.

Forte Zeca Netto


Foi construído pelo General para sua residência e sede da Fazenda da Chácara. A casa reproduz, em menores proporções a Estância "El Vichadero", no Uruguai.

Com quase 500 m2, a casa foi concluída em 1904, dotada de todo o conforto desejado para a época quando Camaquã deveria contar com menos de 150 prédios.


Onde era o depósito dos charques, hoje está a Biblioteca Pública. A recepcionista quer nos atrair para dentro dela com seus quase 5.000 volumes. “Bem, é o quanto eu tenho em minha biblioteca particular”, desconversa o Udo.

O prédio principal é museu.
Um pátio interno encantador.

Zeca Netto


Foi lider dos “maragatos” em 1923 na luta contra o governo federal representado por Borges de Medeiros como governador do Rio Grande do Sul.  Os maragatos eram identificados pelo uso de um lenço vermelho no pescoço (situação).

Zeca Netto sentado à esquerda.

A Camaquã dos imigrantes europeus


Chegam imigrantes alemães, poloneses, franceses e outros mais. Deixaram seu caráter trabalhador como herança. Tudo está bem cuidado, vê-se pessoas trabalhando por gostar de trabalhar.

Abaixo: a igreja com seu espaço interno muito harmônico.

Na saída vejo placa de inauguração: foi construída por um padre alemão. Acho que ele trouxe o projeto da igreja da Alemanha, porque me lembra muito o que vi lá. A simetria, as proporções, o equilíbrio dos elementos estéticos.

A sinaleira francesa


Quando vi a sinaleira na lista de atrações turísticas, achei graça. Mais graça ainda tem a história dela.


Presente do governo francês em 1953, a Sinaleira de Camaquã é a única do Brasil e uma das quatro existentes em todo o mundo.


Foi colocada pela década de 1950/60 em um tempo que ela não era necessária, mas “foi posta ali para mostrar o desejo incontido de crescimento dos camaquenses.”

O capricho nos detalhes:
     O cuidado com esse jardim com certeza é diário.
          Em duas (!) casas de artesãs, trabalhos muito bem feitos.

A Camaquã da cultura gaúcha.


Endereço para rodeios, arremates de cavalos, cavalgadas e poesia gaúcha.

À direita, vestido usado pela vencedora do Concurso de Prenda do RS, exposto no Museu do Forte. No traje masculino, o chiripá cobre o que parece uma ceroula com rendas.

Na casa La Campaña há muitos artigos para fãs da cultura campeira feitos com couro, ferraduras, cravos de ferradura, madeira de demolição. O produto que mais vende é a faca gaúcha.

 

Dono meu:

Dá me, frequentemente, de comer e beber, e, quando tenhas terminado de trabalhar-me, dá me uma cama na qual eu possa descansar comodamente.


Examina todos os dias os meus pés e limpa meu pelo. Quando eu recusar a forragem, examina meus dentes e minha boca, porque bem pode ser que eu tenha um problema que me impeça de comer.

Fala-me; tua voz é sempre mais eficaz e mais conveniente para mim, que o chicote, que as rédeas e que as esporas.


Acaricia-me, frequentemente para que eu possa compreender-te, querer-te e servir-te, da melhor maneira e de acordo com os teus desejos.


Não corte o meu rabo muito curto, privando-me do melhor meio que tenho para espantar as moscas e insertos.

Não me batas violentamente e nem dês golpes violentos nas rédeas, pois, se não obedeço, como queres, é porque ou não te compreendo ou porque estou mal encilhado, como freio mal colocado, com alguma coisa nos meus pés ou no meu ombro que me causam dor.

Se eu me assustar, não deves bater-me, sem saberes a causa disso, pois bem pode ser o defeito de minha vista ou um proverbial aviso para ti.

Não me obrigues a andar muito depressa em subidas, descidas, estradas empedradas ou escorregadias.

Não permaneças montado sem necessidade, pois prefiro marchar, do que ficar parado com uma sobrecarga sobre o dorso.

Quando cair, tenha paciência comigo e ajuda-me a levantar, pois, faço quanto posso para não cair e não causar-te desgosto algum.

Se tropeçar, não deves por a culpa para cima de mim, aumentando minha dor e a impressão de perigo com tuas chicotadas; isso só servirá para aumentar meu medo e minha má vontade.

Procura defender-me da tortura do freio, não no trabalho, mas quando esteja em descanso, e cobre-me com a manta ou com uma capa apropriada.

Enfim meu dono, quando a velhice me tornar inútil, não esqueça o serviço que te prestei, obrigando-me a morrer de dor e privações sob o jogo de um dono cruel ou nos varais de uma carroça, se não puderes manter-me, ou mandar-me para o campo, mata-me com tuas próprias mãos, sem me fazer sofrer.

Eis tudo o que eu te peço, em nome daquele que quis nascer numa baia, minha morada e não num palácio, tua casa.

Oração do Cavalo
 

A Camaquã dos chineses

Governador Tarso Genro participou do anúncio da fábrica em Camaquã
(Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini)

A meio caminho entre Porto Alegre (a 130 km) e o Super Porto de Rio Grande (a 200 km), Camaquã atraiu uma fábrica de caminhões chinesa. A construção da montadora, já iniciada, gera 200 empregos e seu funcionamento, previsto para 2014, gerará quase 500 empregos diretos.


É um impacto econômico significativo para uma cidade com 60.000 habitantes.

Não é sem tempo que toda a BR 116 entre Porto Alegre e Rio Grande está sendo duplicada a passos largos.

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